ENDEREÇO

Av. 1º de Maio 44, 1º andar D, Loureira. 4730-272, Vila Verde, Braga, Portugal

Vai Lenço Feliz Histórias
de artesãos
[ Histórias de artesãos ]

Um dos principais propósitos da Vai Lenço Feliz é valorizar e promover a imagem dos artesãos locais, os grandes responsáveis por este rico património, que tanto nos encanta. Porque a inspiração para muitos deles veio dos “Lenços de Namorados do Minho”*, mas, são inúmeras as manifestações criativas.
Por isso, aqui você irá conhecer histórias reais, daqueles que criam suas peças a partir de matérias-primas das mais variadas. Linho, cerâmica, loiça, metais, algodão e outros tecidos, papel, madeira, materiais reciclados. Onde houver arte, lá vamos nós, conhecer e dar a conhecer.
Com um espaço aberto a esta gente que faz.

Assim é a Vai Lenço Feliz. A contar histórias felizes.

Nota: “Lenços de Namorados do Minho” é uma I.G (Indicação Geográfica) com produção certificada, de origem portuguesa.

[ A tradição ]

“Afinal, como nasceram os Lenços de Namorados do Minho?”

Em Portugal, no século XVIII, na região do Minho, norte do país, nasciam os “Lenços de Namorados do Minho”*. As jovens portuguesas em “idade de casar” bordavam, a seu gosto, motivos especiais em um quadrado de linho, que daria origem a um lenço para ser usado por elas nos passeios de domingo. 

Mas, tal lenço tinha outra importante função a desempenhar: a conquista do jovem por quem ela estaria apaixonada.

[ Histórias de artesãos ]

"Os bordados são a minha companhia"

“Antes mesmo de começar a bordar os Lenços de Namorados, eu fazia muito crochê. Fazia roupas, colchas, toalhas de mesa… até que conheci os Lenços, já na década de 80 mais ou menos, e fui aprender a bordar. Aí, veio um outro amor, né?”. Imaginamos que sim, Dona Delfina, os teus olhos brilham e um sorriso se esboça quando diz!

Foi numa manhã fria, apesar do sol lindo e alto a reinar no céu, que conhecemos a Dona Delfina Barbosa. Meio tímida, poucas palavras, foi nos ganhando o coração e, cá entre nós, acho que a conquistamos também.

[ Histórias de artesãos ]

"Hoje, uso o bordado nas minhas criações de moda"

É sempre imensamente gratificante conhecer talentos. Hoje, tivemos o prazer de conhecer o estilista Orlando Ventura, nascido em Pico de Regalados, Vila Verde, que desde muito novinho começou a bordar, inspirado por sua prima. “Minha história com os bordados começou na infância, através de ver a minha prima a bordar, mas, nessa altura, eu ainda não bordava, só via mesmo ela a fazer e achava tudo muito bonito. Já no 6º ano de escolaridade, na aula de EVT (Educação Visual e Tecnológica), tínhamos uma atividade manual em que podíamos escolher entre bordar ou fazer tricô, por exemplo. Então, eu quis fazer bordado, e este foi o primeiro lenço que eu bordei. Claro que não está perfeito, mas também foi o primeiro”, diz-nos ao mostrar um belíssimo trabalho emoldurado, para nós, perfeito sim…

[ Histórias de artesãos ]

"Uma mulher de alianças”

A história dos “Lenços de Namorados do Minho”* tem um capítulo especial no município de Vila Verde, e, desde o fim dos anos 80, pode ser personificada na figura de uma senhora aguerrida, sonhadora e visionária: Maria da Conceição Pinheiro Marques da Silva. Foi ela uma das personagens principais no processo de pesquisa e recolha dos Lenços de Namorados no município. E, também, foi uma grande voz em defesa da atividade das artesãs como uma mais-valia financeira para suas famílias, pois, como sabemos, muitas bordavam em seus períodos de tempo livres durante a lida no campo….

[ Histórias de artesãos ]

"Cami.linha"

Logo que chegamos a Vila Verde, uma das primeiras pessoas com quem nos relacionamos mais de perto tem uma história de amor e dedicação ao ofício do bordado. Camila Rio Silva é artesã e proprietária da marca Mi-Linha, onde comercializa peças originais produzidas por ela e, claro, reproduções e réplicas certificadas dos “Lenços de Namorados do Minho”*. E não só. Camila também abre espaço para outros artesãos darem a conhecer a sua arte, pois, além de peças de linho bordado e têxteis para decoração ou vestuário, a sua loja também apresenta um sem número de peças em madeira, loiça e cerâmica, ricamente trabalhadas por artesãs e artesãos da região…

[ Histórias de artesãos ]

"É assim a vida"

Sabe daquelas surpresas boas da vida, quando a gente menos espera? Foi assim que esta história começou para nós. Eu havia marcado uma visita ao ateliê do Fernando Rei, para conhecer um pouco mais o seu trabalho no tear – falamos sobre a história dele em outro capítulo especial. Já a subir a estrada para Aboim da Nóbrega, uma vila ainda mais verde do concelho de Vila Verde, eu procurava pelo telhado, também verde, referência que o Fernando me avia falado para chegar ao ateliê…

[ Histórias de artesãos ]

"Rei"

Não é novidade que os homens têm um talento especial para a criação da moda, mas, em tempos um pouco mais longínquos, eram também considerados excelentes bordadeiros, artistas na arte de tecer, responsáveis pelas costuras de trajes reais e da nobreza, inclusive. Provavelmente, o Fernando deve trazer consigo esta habilidade por herança. Nascido Fernando Pereira e apelidado “Rei”, incorporou esta alcunha ao seu nome e, hoje, todos o conhecem por Fernando Rei…
[ Histórias de artesãos ]

"A tradição do linho, a tradição do amor em Amares”

Começamos a nossa conversa ao início da tarde de uma segunda-feira, pra começar mesmo bem a semana e o mês de agosto. Fui a caminho de Amares, com uma observação especial, combinada ao telefone na semana anterior: “quando chegares ao pé do edifício da Câmara Municipal, siga em frente, menina Andrea, ligas-me que vou até à estrada encontrar consigo”. Esta disponibilidade, por si só, já tinha deixado o meu coração aos pulos…
[ Histórias de artesãos ]

“Quando tinha 07 aninhos, já fazia o trincafios”

“Eu sou a Conceição Pimenta, tenho 71 anos. Aprendi a bordar com a minha mãe. Quando tinha 07 aninhos, já fazia o trincafios nas fitas dos aventais”, já iniciava a contar-nos um pouco de si. “Também fui adolescente, jovem, e a minha vida teve um período que não estive intimamente ligada aos bordados. Mas, quis o destino que, depois de vários trabalhos que tive, eu viesse parar a esta loja, a Casa Sandra Bordados de Viana e aqui continuei, peguei nos trabalhos, nos bordados de Viana e já estou aqui há 30 anos”.