Até que, durante um tour, uma cliente chamou-me em baixinho: Andrea, no apartamento onde estamos hospedados, havia uma toalha desta sobre a mesa da cozinha. A Ana começou a ler e não entendeu bem e eu reparei nos erros da escrita. Eu disse-lhe que também não tinha percebido, mas, que podia ter algum sentido. Agora, estou vendo tantas, você sabe por que são escritas assim? E eu logo disse; ah, venha cá que vou te contar uma história, uma linda história sobre estes bordados de amor. Depois de ouvir, ela se emocionou muito e agradeceu. A Ana, com toda a sua curiosidade infantil, ouvia também a história. Deixei-os livres para almoçar e nos encontramos novamente umas horinhas depois. Regressamos à casa, terminamos o passeio, nos abraçamos e agradecemos muito pelo lindo dia. A Ana veio tímida até mim, com uma embalagem nas mãos, dizendo aflita, “abre, Andrea, é um presente!”. Era uma toalhinha de mão, que trazia bordado: “Nossa amizade ade acabar cando esta pomba buar”. Lágrima desceu no meu rosto. Eu sabia que ela tinha entendido. Todos tinham entendido. Um longo abraço e um sorriso nos despediu.

Deste dia em diante, mesmo sem perguntarem, eu contei a história dos “Lenços de Namorados do Minho”* a todos os meus clientes. Quantas e quantas vezes, eu a contei. E quantos lenços ganhei, desenhados em toalhas, xícaras, imantados, postais. E decidi que, por onde eu passasse, eu não deixaria dúvida sobre esta linda história.